21 de jun. de 2012

O NÓ



            Em uma reunião de pais numa escola de periferia, a diretora incentivava o apoio que os pais deveriam dar aos filhos. Colocava esta diretora também que os mesmos deveriam se fazer presentes para os filhos; entendiam que, embora soubesse que a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar e atender às crianças.
            Ela ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, na sua maneira humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo durante a semana, pois quando ele saía para trabalhar era muito cedo e o filho ainda esta dormindo, e quando voltava do trabalho, o garoto já havia deitado, por chegar muito tarde. Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para poder prover o sustento da sua família. Porem, ele contou também que isso o deixava angustiado não ter tempo para o filho, mas que tentava se redimir, indo beija-lo todas as noites quando chegava em casa e, para que o filho soubesse de sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia, religiosamente, todas as noites quando ia beijá-lo.
            Quando este acordava e via o nó, sabia através dele que o pai havia estado ali e o havia beijado. O nó era o elo de comunicação entre eles. Mais surpresa ainda a diretora ficou, quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da sala. Esta estória faz-nos refletir muitas e muitas maneiras de um pai se fazer presente, de se comunicar com o filho, e esse pai encontrou a maneira dele. E o mais importante: "a criança percebe isso".
            Nós nos preocupamos com os nossos filhos, mas é importante que eles sintam, que eles saibam disso.
            Devemos nos exercitar nossa comunicação e encontrar cada um a sua própria maneira de mostrar ao seu filho e sua presença. Então nós perguntamos: Você já deu um nó no lençol de seu filho hoje?


(A.D.)

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