19 de out. de 2008

Havia uma fazenda onde os trabalhadores viviam
tristes e isolados.
Eles estendiam suas roupas surradas no varal
e alimentavam seus magros cães com o pouco que sobrava
das refeições.
Todos que viviam ali trabalhavam na roça do Sr. João,
dono de muitas terras, que exigia trabalho duro, pagando pouco.

Um dia, chegou ali um jovem agricultor em busca de trabalho.
Foi admitido e recebeu, como todos, uma velha casa para morar
enquanto trabalhasse ali.
Vendo a casa suja e abandonada, o jovem resolveu dar-lhe vida nova.
Cuidou da limpeza e, em suas horas vagas, lixou e pintou
as paredes com cores alegres e brilhantes, além de plantar flores
no jardim e nos vasos.
A casa limpa e arrumada destacava-se das demais e chamava
a atenção de todos que por ali passavam.
Ele sempre trabalhava alegre e feliz na fazenda,
por isso tinha o apelido de Zé Alegria.
Os outros trabalhadores perguntavam:
"Como você consegue trabalhar feliz e sempre cantando
com o pouco dinheiro que ganhamos?"

O jovem olhou para os amigos e disse:
"Bem, este trabalho hoje é tudo que eu tenho.
Em vez de blasfemar e reclamar, prefiro agradecer por ele.
Quando aceitei trabalhar aqui, sabia das condições.
Não é justo agora reclamar.
Farei com capricho e amor aquilo que aceitei fazer."

Os outros, que acreditavam ser vítimas das circunstâncias,
abandonados pelo destino, o olhavam admirados e
comentavam entre si:
"Como ele pode pensar assim?".
O entusiasmo do rapaz, em pouco tempo, chamou a atenção
do fazendeiro, que passou a observá-lo a distância.
Um dia, o senhor João pensou:
"Alguém que cuida com tanto carinho da casa que emprestei,
cuidará com o mesmo capricho da minha fazenda.
Ele é o único aqui que pensa como eu.
Estou velho e preciso de alguém que me ajude
na administração da fazenda".

Num final de tarde, foi até a casa do rapaz e,
após tomar um café fresquinho, ofereceu ao jovem
o cargo de administrador da fazenda.
O rapaz aceitou prontamente.
Seus amigos agricultores novamente foram lhe perguntar:
"O que faz algumas pessoas serem bem-sucedidas e outras não?".

A resposta do jovem veio logo:

"Em minhas andanças, meus amigos, eu aprendi muito,
e o principal é que não somos vítimas do destino.
Existe em nós a capacidade de realizar e dar vida
nova a tudo que nos cerca.
E isso depende de cada um".

(Desconhecido a autoria)
Enviado por Jff - Goiás


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