16 de jun. de 2008

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro
arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade
inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito
nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem
o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero-os santos, para que não duvidem
das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma
exposta.
Não quero só o ombro ou o colo,
quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira,
metade seriedade. Não quero risos previsíveis
nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da
realidade sua fonte de aprendizagem,
mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor
do vento no rosto e velhos,
para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos
e sérios, crianças e velhos,
nunca me esquecerei de que
“normalidade” é uma ilusão imbecil e estéril.”

(Oscar Wilde)
Enviado pela amiga Rosana/SP



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